Notícia - GAÚCHOS ESTÃO DEVENDO MAIS: 44% POSSUEM DÍVIDAS NESTE MOMENTO
08/12/2021
GAÚCHOS ESTÃO DEVENDO MAIS: 44% POSSUEM DÍVIDAS NESTE MOMENTO
Cartão de crédito é o principal vilão do orçamento

A crise econômica gerada pela pandemia de Covid-19 trouxe graves consequências financeiras para os gaúchos. 44% possuem dívidas neste momento, conforme pesquisa realizada pelos Cartórios de Protesto do Rio Grande do Sul. Quase dois anos após o início dos impactos econômicos causados pela doença no país, as dificuldades ainda estão longe de dar uma trégua: em comparação com o mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 22% no número de entrevistados com dívidas.


O cartão de crédito continua sendo o principal vilão do orçamento. 35% dos entrevistados informaram que têm dívidas com esse meio de pagamento, o que corresponde a um aumento de 46%, em comparação com o mesmo período do ano passado.


O presidente do Instituto de Estudos de Protesto do Rio Grande do Sul, Romário Pazutti Mezzari, orienta que, por conta dos altos juros do cartão de crédito, é preciso sempre priorizar o pagamento desta dívida. “Outra dica importante é evitar compras parceladas, pois uma possível redução na renda ou perda de emprego no futuro, poderá ocasionar um grave problema para as finanças pessoais”, salienta Mezzari.


O crediário e o carnê de lojas aparecem na sequência como um dos principais itens em atraso, com 13%. Em terceiro lugar o empréstimo bancário, com 11%.


O levantamento mostrou, ainda, que quase metade dos devedores (45%), acumulam dívidas entre R$500 e R$2.000, sendo que a maior concentração (19%) se encontra entre R$1.000 e R$1.500.


CAUSA DAS DÍVIDAS

Para 38% dos gaúchos, a perda de emprego e a redução da renda foram as principais causas das dívidas. O impacto do aumento nos preços dos produtos dentro do orçamento ocasionou o atraso nas contas para 36% dos entrevistados.


“A elevação da inflação vem diminuindo o poder de compra e impactando negativamente o orçamento dos gaúchos, sendo uma das causas do aumento das dívidas. Enquanto o salário, para muitos, não aumentou, e, pelo contrário, reduziu, as compras estão ocupando uma maior parcela da renda, dificultando o pagamento em dia das contas”, destaca Mezzari.


A maioria dos devedores (91%) informou que, se fosse intimado pelos Cartórios de Protesto, pagaria as dívidas.


EFEITOS DA PANDEMIA

As consequências econômicas geradas pela pandemia impactaram diretamente os lares gaúchos. 41% dos entrevistados informaram estar com a vida financeira afetada pela crise causada pela pandemia. Um aumento de 11% em comparação com o mesmo período do ano passado.


Ainda conforme o levantamento, 46% das famílias foram atingidas diretamente pela crise econômica com redução de salário/renda ou perda de emprego de pelo menos um dos membros.


Em relação ao período anterior à pandemia, 43% dos entrevistados disseram estar vivendo com uma renda inferior. Entre os empreendedores, informais e autônomos o impacto é ainda maior: para 70% houve uma diminuição da renda.


A boa notícia é que o número de entrevistados, que informou ter perdido o emprego em 2021, reduziu em relação a 2020, passando de 24% para 10%.


RAIO-X DO ORÇAMENTO DOS GAÚCHOS

O número de pessoas que colocou o pé no freio é grande: 74% dos gaúchos reduziram gastos em 2021. O lazer foi o item que mais sofreu cortes – 16% reduziram as idas a restaurantes, bares e cinemas e 14% cancelaram TV por assinatura ou serviço de streaming.


A inflação vem causando preocupação aos gaúchos. Para 46% dos entrevistados, o aumento no preço dos alimentos é o que mais está pesando no orçamento. Na sequência, aparece a elevação no preço dos combustíveis (36%).


FINAL DE ANO

51% dos entrevistados pretendem guardar o 13º salário para emergências e 25% vão utilizar essa remuneração para pagar dívidas. “A pandemia trouxe uma lição para os gaúchos: pensar no seu futuro financeiro. Isso fica evidente ao percebermos que a maioria dos entrevistados pretende guardar o salário extra, ao invés de gastar com presentes, viagens ou ceias”, comenta Mezzari.


Para reduzir as despesas no final de ano, 28% dos entrevistados farão uma ceia de Natal e Ano Novo menor e mais simples, 14% não vão comprar presentes para amigos e familiares e 13% não pretendem viajar.


O principal desejo para 2022 é receber um aumento de salário (24%). Investir e guardar dinheiro (19%) e arrumar um emprego (12%) também estão entre as principais metas para o próximo ano.


Por outro lado, os maiores medos elencados pelos gaúchos são: perder o emprego ou ficar sem renda (37%), ter que mudar o padrão de vida (20%) e acumular muitas dívidas (19%). Para 13% o grande receio é não ter poder aquisitivo para comprar itens essenciais como alimentos e produtos de higiene.