PANDEMIA AINDA AFETA A VIDA FINANCEIRA DE MAIS DA METADE DOS PORTO-ALEGRENSES
25/05/2021
PANDEMIA AINDA AFETA A VIDA FINANCEIRA DE MAIS DA METADE DOS PORTO-ALEGRENSES
40% tem medo de perder o emprego

6 em cada 10 porto-alegrenses foram afetados financeiramente pelas consequências econômicas da pandemia de Covid-19, mostra pesquisa do Instituto de Estudos de Protesto do Rio Grande do Sul (IEPRO-RS). O levantamento foi realizado entre os dias 17 e 20 de maio de 2021 e ouviu 400 pessoas. Em comparação com o período em que não existia pandemia, 41% dos entrevistados disseram estar vivendo com uma renda/salário menor atualmente.


Com o orçamento mais apertado e a incerteza econômica, surgem as inseguranças. 40% dos porto-alegrenses têm medo de perder o emprego. Não ter poder aquisitivo para comprar itens essenciais de alimentação e higiene preocupa 23% dos entrevistados. Outros 17% temem contrair dívidas e não conseguir pagá-las.


ATRASO NAS CONTAS

41% dos porto-alegrenses deixaram de pagar alguma conta em 2021. O cartão de crédito lidera o ranking de inadimplência: 35% dos entrevistados contraíram dívidas com este meio de pagamento.


A dificuldade com o cartão de crédito não é novidade. Na pesquisa do IEPRO-RS, realizada no primeiro semestre de 2020, essa também era a principal dívida em atraso. O problema é que a situação ficou ainda mais complicada em 2021. “O cartão de crédito segue como o item em atraso mais citado pelos entrevistados, com uma elevação de 39% nessa inadimplência em comparação com o ano passado. “Reiteramos que os devedores busquem pagar as contas com maiores juros, para que as dívidas não aumentem consideravelmente neste período e acabem virando uma bola de neve”, alertou o presidente do IEPRO-RS, Romário Pazutti Mezzari.


Para 67% dos entrevistados, a dívida foi contraída após perder o emprego ou ter uma redução no salário/renda. Uma das formas de estar preparado para esse tipo de imprevisto é manter uma reserva de emergência. Porém, essa prática não é comum para a maioria dos porto-alegrenses: 62% disseram que não têm um colchão de liquidez.


VALORES DAS DÍVIDAS

A maioria dos porto-alegrenses tem dívidas entre R$500,00 e R$1.000,00. “A principal dica para os devedores é buscar uma renegociação com o credor. Proponha condições de pagamentos acessíveis ao seu bolso ou um desconto no pagamento à vista do valor total da dívida”, aconselha Mezzari.


Essa opção é aprovada por 9 em cada 10 entrevistados que disseram que pagariam as dívidas, caso recebessem um desconto ou uma oferta de renegociação. Ainda segundo a pesquisa, 98% dos porto-alegrenses informaram que acertariam as contas com os devedores, caso fossem intimados pelos Cartórios de Protesto.


APERTANDO OS CINTOS

Diante da crise, muitos precisaram “apertar os cintos” e economizar: 54% dos entrevistados cortaram gastos em 2021. A diminuição de compras supérfluas no supermercado (22%) e de roupas, sapatos e maquiagem (17%) foram as principais mudanças no orçamento.


A preocupação com gastos desnecessários vem surtindo efeito. Apesar do número, ainda elevado, de porto-alegrenses endividados, a pesquisa aponta uma redução de 14% nos entrevistados inadimplentes em 2021, em relação ao primeiro semestre de 2020. “No início da pandemia, em março do ano passado, a população foi pega de surpresa e com dívidas realizadas antes da crise. Agora, apesar das dificuldades econômicas continuarem pesando, as pessoas tiveram tempo para se organizar e cortar gastos supérfluos”, analisa Mezzari.


OTIMISMO PARA O FUTURO

Apesar dos impactos da crise financeira no bolso do porto-alegrense, 65% dos entrevistados acreditam que a sua situação financeira vai melhorar nos próximos seis meses.


Essa mesma expectativa positiva, entretanto, não é vista em relação ao cenário econômico do país – apenas 20% acreditam em uma melhora. 49% estão pessimistas e esperam uma piora da economia nos próximos seis meses.


O levantamento mostrou, ainda, que 75% dos entrevistados se mostraram positivos em relação à vacina e acreditam que a evolução da imunização é fundamental para a volta à normalidade e a retomada da economia no país.