Notícia - QUASE METADE DOS PORTO-ALEGRENSES ESTÁ COM A VIDA FINANCEIRA AFETADA
28/06/2022
QUASE METADE DOS PORTO-ALEGRENSES ESTÁ COM A VIDA FINANCEIRA AFETADA

O orçamento doméstico virou um desafio para os porto-alegrenses: 45% consideram que a sua vida financeira está afetada pelas consequências econômicas. O dado faz parte da pesquisa “Impactos financeiros”, realizada pelos Cartórios de Protesto do Rio Grande do Sul, entre os dias 4 e 10 de junho.


Desse número, 32% consideram que sua vida financeira está muito afetada. 4 em cada 10 entrevistados informaram, ainda, estar vivendo com uma renda menor da qual tinham antes da pandemia.


Para o presidente do Instituto de Estudos de Protesto do Rio Grande do Sul, Romário Pazutti Mezzari, o orçamento do cotidiano tem pesado mais do que o normal para a população. “Compreendemos que a situação econômica, principalmente devido à inflação, tem impactado nas compras, diminuindo o poder aquisitivo”, comenta.


Dívidas com cartão de crédito aumentaram

Os porto-alegrenses acumularam dívidas neste primeiro semestre: 41% deixaram de pagar alguma conta neste ano. Para mais de um terço dos endividados, o valor total das dívidas acumuladas varia entre R$200,00 e R$1.000,00.


O cartão de crédito mais uma vez é o vilão e lidera o ranking da inadimplência: 43% dos entrevistados estão com dívidas nesse meio de pagamento. No mesmo período do ano passado o cartão de crédito estava em atraso para 35% dos porto-alegrenses.


"O ideal é sempre dar prioridade para o pagamento de contas com os maiores juros, como é o caso do cartão de crédito. Quanto maior o controle do seu próprio orçamento, maiores as chances de evitar que as dívidas virem uma bola de neve”, alerta Mezzari.


Alta nos preços e redução de gastos

Para 64% dos porto-alegrenses o aumento no preço dos alimentos é o que mais está impactando o seu orçamento. Já para 24% o aumento no preço dos combustíveis está causando a maior influência.


Para 27% dos porto-alegrenses, o maior medo, nesse momento, é acumular muitas dívidas e não conseguir pagá-las. Seguida de “Ficar sem renda ou perder o emprego”, com 25%, e “Mudar o padrão de vida” (ter que gastar menos, comprar bens mais baratos, viajar menos), também com 25%.


Para enfrentar a crise, 42% dos porto-alegrenses reduziram os gastos em 2022. A maioria está evitando compras por impulso e decidiram trocar marcas de produtos por similares mais em conta.


Além da mudança de comportamento no supermercado, que foi indicada como a principal ação dos entrevistados para economizar (26%), os serviços aparecem na sequência entre os cortes de gastos dos porto-alegrenses. 19% pararam ou diminuíram os pedidos de delivery de refeições e 18% pararam ou diminuíram idas a restaurantes, bares e cinemas.


Reserva de emergência

Apesar do foco na redução de gastos, 68% dos porto-alegrenses não tem uma reserva de emergência – o que representa um crescimento de 9% em comparação com o mesmo período do ano passado.


Para Mezzari, uma das justificativas para a redução da reserva de emergência é que, para enfrentar a inflação, alguns porto-alegrenses tiveram que utilizar suas economias para pagamento de dívidas e gastos do cotidiano. “Por isso a importância de se pensar a longo prazo e reservar uma quantia do orçamento para se proteger de imprevistos e evitar o endividamento”, finaliza.